Translate

sábado, 3 de janeiro de 2015

Cause I'm a Writer e Outras Histórias - Poetry Time 67

Essa é uma poesia difícil de explicar diretamente, sem entregar a história inteira... Não acho que essa seja uma história que eu queira contar de verdade, apesar de já ter feito algumas tentativas quase secretas, mas a verdade é que existe mais verdade nas histórias que um contador de histórias não conta...

Eu gosto muito das rimas dela, dos jogos de palavras que eu consegui fazer, como na primeira estrofe ("... seu tormento,/ Seu algoz, seu atroz, o seu veneno,/ O desmoronar do seu casamento...").

Eu também gosto muito do verso "Eu jamais imaginei roubar seu trono". É como um jogo de xadrez, um jogo de xadrez que eu contei num texto mais ou menos antigo, chamando "Adeus". Vou copiar aqui alguns trechos desse texto que tem ligação com essa poesia:

"(...)Eu tinha me jogado naquela que seria nossa última partida de xadrez. Uma partida onde duelavam a minha mágoa e o seu medo. Aquele medo que sempre me machucou. Aquela culpa que eu sentia pesar em meus ombros todas as vezes que obriguei meu olhar a sustentar o dele. Todas as palavras que eu engolira por respeito e, até mesmo, por admiração(...)".

"(...) Eu sempre sentira tudo de uma vez e ele, uma por vez. Tentava entender, captar sua linha de raciocínio pra decifrar seu próximo movimento. A expectativa sempre me traía, me deixando nervosa.
Ele sacudiu a cabeça vagarosamente e deu de ombros, respirando profundamente.
Eu não entendi, ainda assim, assenti, também enchendo os pulmões.
Uma ruptura quase indolor. Sem palavras, sem gestos, sem nada. Afinal, o que era a distância? Era uma distância física, mas não era diferente da distância que por anos nos separou...
Ainda assim, eu esperava ao menos um abraço. Um abraço de despedida... (...)".

Eu não consigo me decidir no que é mais irônico, considerando as circunstâncias atuais... A poesia ou o texto... Talvez o texto, por se chamar "Adeus"... Mas também não existem mais duelos ou partidas de xadrez... Posso dizer, que deu empate...

Poesia do dia 22 de janeiro de 2009 (quinta-feira)

Duelo

E agora que eu me vejo seu tormento,
Seu algoz, seu atroz, o seu veneno,
O desmoronar do seu casamento
Ser causado por um ser tão pequeno.

Eu não sei o que o faz ter tanto medo,
Eu jamais imaginei roubar seu trono.
Sua preocupação em descobrir o meu segredo
Não devia incomodar tanto seu sono.

Você devia do meu brilho, se orgulhar,
Sem pensar numa futura traição.
Foi crescendo que eu aprendi a não olhar,
Não me entristecer a mágoa dessa condição...

Mas agora, eu sei que não tem volta,
Não há como escapar desse duelo...
Por anos, eu contive essa revolta,
Mas, por sua desconfiança, me rebelo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário